terça-feira, 30 de junho de 2009

Marcação de Quadrilha


1. Preparar para a entrada e... Começou a quadrilha no Arraiá do Queimadinho!... Balancê...

2. Preparar para cumprimentar o público. Balancê...

3. Cumprimento da turma das pipocas. Cumprimentou. Aos seus lugares.

4. Cumprimento da turma dos amendoins. Cumprimentou. Aos seus lugares.

5. Balancê (As duas filas se aproximam e os pares requebram frente a frente)

6. Cavalgada no Arraiá (cavalga e vai um casal para cada lado)

7. Passeio no Arraiá

8. Olha o túnel! (Os noivos ficam frente a frente e, de mãos dadas, levantam os braços. O casal seguinte passa por baixo e, em seguida, também ajuda na formação do túnel e assim por diante. Quando o túnel estiver totalmente formado, os noivos o atravessam e continuam o passeio. Os outros fazem o mesmo).

9. Caminho da roça

10. Olha a chuva (acima da própria cabeça)... Já passou!

11. Xiii, a ponte quebrou!... Já consertou!

12. Olha a cobra! (meninas pulam e meninos riem)... É mentira!

13. Olha a barata! (meninos correm e meninas pisam)... Pode voltar para festa, medrosos!

14. Passeio no arraiá

15. Estátua

16. Pula pipoca... pula amendoim...

17. Caminho da roça

18. Caracol... bailinho na roça... desfazer o caracol...

19. Caminho da roça

20. Estão cansados?... Bater papo na praçinha... Olha quem tá chegando!!! Os pais das meninas!!! Hahaha... estão são ciumentos, não!!!

21. Grande roda – todos dão as mãos

22. Vai para a direita... vai para a esquerda...

23. Estátua!!!

24. Vamos brincar de zig-zag!!!

25. Vamos dizer tchau!!! Os cavalheiros saem acenando com o chapéu e as damas acenando com a mão.

Licurgo



Educação


Conta-se que o legislador Licurgo foi convidado a proferir uma palestra a respeito de educação. Aceitou o convite mas pediu, no entanto, o prazo de seis meses para se preparar. O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema e, por isso mesmo, o haviam convidado.

Transcorridos os seis meses, compareceu ele perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida, entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães. A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada. Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada carreira ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza trucidando-a rapidamente.

A cena foi dantesca e chocou a todos. Uma grande admiração tomou conta da assembléia e os corações pareciam saltar do peito. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão. O povo mal continha a respiração. Alguns mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco. No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la deu-lhe com a pata e ela caiu. Logo ergueu-se e se pôs a brincar. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco. Então, e somente então, Licurgo falou;

"Senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim igualmente os cães." "A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação." E prosseguiu vivamente o seu discurso dizendo das excelências do processo educativo.

"A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo." "Eduquemos nosso filho, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores."

Você sabia? Que Licurgo foi um legislador grego que deve ter vivido no século quarto antes de Cristo? E que o verbo educar é originário do latim educare ou educcere e quer dizer extrair de dentro? Percebe-se, portanto, que:

A educação não se constitui em mero estabelecimento de informações, mas sim de se trabalhar as potencialidades interiores do ser, a fim de que floresçam, à semelhança de bela e perfumada flor.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

SOBRE A VÍRGULA


Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado..

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Link

Materiais didáticos gratuitos

http://sitededicas.uol.com.br/biblio.htm

quarta-feira, 17 de junho de 2009

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Parlendas


Batatinha quando nasce espalha a rama pelo chão, mamãezinha quando dorme põe a mão no coração!



Da laranja quero um gomo, do limão um pedaço da menina que eu gostar quero um beijo e abraço !




Uni, duni, tê

Salamê minguê

O sorvete é colorê

O escolhido foi você!

Arte com areia

Somente com a nossa poderosa língua coisas como essa são possíveis...

"Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém,pouco praticou, pois Padre Pafúncio pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos,porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, pois pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam,permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, pediu permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precatar-se. Profundas privações passou Pedro Paulo.Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo...Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Passando pela principal praça parisiense, partindo para Portugal, pediu para pintar pequenos pássaros pretos. Pintou, prostrou perante políticos, populares, pobres, pedintes.
- Paris! Paris! - proferiu Pedro Paulo - parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir.
Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu:
- Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias?
- Papai - proferiu Pedro Paulo - pinto porque permitiste, porém preferindo,poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.
Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas.
Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando..."

Permitam-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar...

(autor desconhecido)

TRAVA LÍNGUA



Olha o sapo dentro do saco
O saco com o sapo dentro,
O sapo batendo papo
E o papo soltando o vento.




O doce perguntou pro doce
Qual é o doce mais doce
Que o doce de batata-doce.
O doce respondeu pro doce
Que o doce mais doce que
O doce de batata-doce
É o doce de doce de batata-doce.




O sabiá não sabia
Que o sábio sabia
Que o sabiá não sabia assobiar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Influência da Televisão

Pedagogia de projetos: transgredindo a linearidade

http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=3

Pedagogia de projetos: transgredindo a linearidade
Isabel Petry Kehrwald e Maria Ângela Paupério Gandolfo

Um pouco da história: do que falamos?

Nos últimos anos, sob a influência dos avanços da ciência - da biologia e da psicologia no início do século -, e das mudanças sociais causadas pela industrialização, urbanização acelerada e pelas duas grandes guerras, a organização do ensino passou por um movimento educacional renovador conhecido como Escola Nova. (Aranha, 1989)
Este movimento (final do século XIX na Europa e 1920 - mais fortemente na década de 30 no Brasil) foi uma reação à educação tradicional alicerçada no silêncio e no imobilismo, no estudo de conteúdos descontextualizados e no descompasso entre a escola e a vida, serviu como base para propostas de ensino integrado, entre elas a Pedagogia de Projetos. (Santomé, 1998)

Quem abriu caminhos?

. Pestalozzi e Fröebel - século XVIII - apontam a necessidade de uma educação voltada para os interesses e necessidades infantis
. Ferrière e Krupskaia e depois Makarenko- realizam experiências com projetos integrados no início do século XX
. Montessori e Decrolly - a partir de 1907 - defendem os temas lúdicos e o ensino ativo. Maria Montessori aponta a necessidade da atividade livre e da estimulação sensório-motora e Ovide Decrolly sugere a aprendizagem globalizadora em torno de centros de interesse
. Dewey e Kilpatrick - década de 20 - acentuam a preocupação de tornar o espaço escolar um espaço vivo e aberto ao real. John Dewey, que esteve no Brasil valoriza a experiência e considera que a educação tem função social e deve promover o sujeito de forma integrada, principalmente valendo-se da arte
. Freinet - década de 30 - propôs a valorização do trabalho e da atividade em grupo para estimular a cooperação, a iniciativa e a participação
. Paulo Freire - década de 60 - é destaque na educação brasileira com a introdução do debate político e da realidade sóciocultural no processo escolar com a educação libertadora e os chamados temas geradores. Suas idéias são mundialmente divulgadas através de seus vários livros como Pedagogia do oprimido, Pedagogia da autonomia, entre outros
. Jurjo Santomé e Fernando Hernández - década de 90 em diante- propõem o currículo integrado e os projetos de trabalho (na Espanha) com repercussões no Brasil
. Antoni Zabala - década de 90 e século XXI - (Espanha) entende que a complexidade do projeto educativo deve ser abordado por um enfoque globalizador no qual a interdisciplinaridade está presente
. Jolibert na França, Adelia Lerner e Ana Maria Kaufman, ambas na Argentina, também divulgam estudos sobre propostas educativas globalizadoras
. Miguel Arroyo, entre outros educadores brasileiros, defende a presença na escola dos temas emergentes, de um currículo plural e aponta que

"Se temos como objetivo o desenvolvimento integral dos alunos numa realidade plural, é necessário que passemos a considerar as questões e problemas enfrentados pelos homens e mulheres de nosso tempo como objeto de conhecimento. O aprendizado e vivência das diversidades de raça, gênero, classe, a relação com o meio ambiente, a vivência equilibrada da afetividade e sexualidade, o respeito à diversidade cultural, entre outros, são temas cruciais com que, hoje, todos nós nos deparamos e, como tal, não podem ser desconsiderados pela escola". (Arroyo, 1994, p. 31).

São várias as modalidades de projetos educativos integrados, mas de um modo geral todas envolvem atitudes interdisciplinares, planejamento conjunto, participação ativa e compartilhada entre professores e professoras e seus alunos e alunas, bem como aspectos da realidade cotidiana de ambos. Dessa forma, todos são co-responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho e, principalmente, vislumbram a possibilidade de, cada um, expor sua singularidade e encontrar um lugar para sua participação na aprendizagem.

A organização do trabalho escolar por projetos sugere o reconhecimento da flexibilização organizativa, não mais linear e por disciplinas, mas em espiral, pela possibilidade de promover as inter-relações entre as diferentes fontes e os desafios impostos pelo cotidiano, ou seja, articular os pontos de vista disjuntos do saber, num ciclo ativo (Morin, 1981), aprendendo a utilizar fontes de informação contrapostas ou complementares, e sabendo que ... "todo ponto de chegada constitui em si um novo ponto de partida" (Hernández, 1998, p.48).

A transgressão: Fernando Hernández e os projetos de trabalho

Hernández (1998) chama Projeto de trabalho o enfoque integrador da construção de conhecimento que transgride o formato da educação tradicional de transmissão de saberes compartimentados e selecionados pelo/a professor/a e reforça que o projeto não é uma metodologia, mas uma forma de refletir sobre a escola e sua função. Como tal, sempre será diferente em cada contexto. Há um conceito de educação que permeia esta modalidade de ensino que entende a função da aprendizagem como desenvolvimento da compreensão que se constrói a partir de uma produção ativa de significados e do entendimento daquilo que pesquisam, identificando diferentes fatos, buscando explicações, formulando hipóteses enfim, confrontando dados para poder realizar "uma variedade de ações de compreensão que mostrem uma interpretação do tema, e, ao mesmo tempo, um avanço sobre o mesmo". (Hernández, 2000, p. 184)

Um problema, uma situação conflitante ou algo que está intrigando alunos e alunas pode ser um bom início de projeto, uma vez que favorece o interesse e a busca das informações, esta entendida como construção de saberes interligados. Indica também a importância de envolver no projeto, várias áreas de conhecimento, presentes tanto na escola, como fora dela.

No que se relaciona à Arte, Hernández (2000) defende a idéia de educar para a compreensão da cultura visual, relata projetos executados e sugere que se inicie com uma pergunta que poderá ser um fio condutor de outras. Por exemplo:

- O que se pode aprender de uma imagem?

Desta questão é possível derivar outras três: o que foi pintado? de que falam estas obras? o que se pode estudar e aprender de um quadro?

A partir das respostas do grupo, o professor/a vai compondo com seus alunos e alunas, um roteiro de construção de conhecimento, no qual estão entrelaçados os objetivos, conceitos e conteúdos elencados no planejamento pedagógico da área de Artes Visuais. Fica estabelecido, também, quem registrará cada etapa do trabalho e como isso será feito. Os relatórios com os registros dessas observações, servem de suporte para dar continuidade ao planejamento do roteiro. É conveniente que o grupo possa contar com a assessoria de outros profissionais, de modo que a pesquisa possa ser enriquecida com saberes de diferentes áreas do conhecimento.

Etapas de um projeto: como fazer?

Hernández aponta como possíveis etapas:

- determinar com o grupo a temática a ser estudada e princípios norteadores

- definir etapas: planejar e organizar as ações - divisão dos grupos, definição dos assuntos a serem pesquisados, procedimentos e delimitação do tempo de duração

- socializar periodicamente os resultados obtidos nas investigações (identificação de conhecimentos construídos)

- estabelecer com o grupo os critérios de avaliação

- avaliar cada etapa do trabalho, realizando os ajustes necessários

- fazer o fechamento do projeto propondo uma produção final, como elaboração de um livro, apresentação de um vídeo, uma cena de teatro ou uma exposição que dê visibilidade a todo processo vivenciado e possa servir de foco para um outro projeto educativo.

Esta forma de organização de saberes que vai se construindo como uma rede, sensibiliza alunos e alunas para aquilo que lhes interessa ou preocupa, legitimando a função social da escola. Possibilita a validade do conhecimento aprendido, resultando numa melhor decisão para a qualidade de vida na sociedade e reconhece o sujeito cidadão, capaz de se inserir no pensamento coletivo para o compartilhamento de espaços e serviços comuns.

Incluir o aluno na análise e na decisão, de questões que lhe dizem respeito, contribui para o desenvolvimento consciente de sua cidadania. A escola, em particular, é o lugar para oportunizar este tipo de aprendizagem: o exercício da tomada de decisões, tanto individuais como coletivas. Ao refletir sobre suas próprias concepções, frente às de outros, o aluno amplia seu repertório de alternativas para uma determinada situação e provoca a desestabilização e o descentramento de seus critérios de inserção na coletividade.

O/a professor/a frente aos projetos: o que fazer?

. é pesquisador da realidade e conduz os alunos/as ao exercício da observação, percepção, análise crítica e criatividade
. compreende sua responsabilidade social e investe na interação
. sabe como se constrói conhecimento e planeja levando em conta o aluno real
. avalia permanentemente sua prática e a modifica
. é comprometido com novos paradigmas que orientam o pensar pedagógico
. é um observador constante e atento, mediando as ações e interagindo com seus alunos.

É importante ressaltar novamente que não há um método ou uma fórmula pronta para desenvolver projetos, mas sim uma concepção diferenciada do/a professor/a em relação ao ensinar e aprender. Esta será sempre uma relação de troca e de construções sociais interativas, nas quais todos são importantes parceiros e colaboradores.

A seguir um exemplo de tópicos para um projeto educativo não linear para qualquer nível de ensino que poderá ser desenvolvido a partir da pergunta: O que podemos aprender de um objeto de arte?

BIBLIOGRAFIA DE APOIO:
ARANHA, M. L.. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.
ARROYO, Miguel. Escola plural. Proposta pedagógica Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. Belo Horizonte: SMED, 1994.
HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed,1998.
HERNÁNDEZ, Fernando. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MORIN, E. El método: la naturaleza de la naturaleza. Madrid: Cátedra, 1981.
SANTOMÉ, Jurjo T. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
ZABALA, Antoni. Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
HERNÁNDEZ, Fernando.; VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5ed., Porto Alegre: Artmed, 1998.
PETRY KEHRWALD, Isabel. Ler e escrever em Artes Visuais. In: NEVES, Iara et al. (orgs.). 4ed. Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2001.
SACRISTÁN, J. Gimeno. A educação obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: Artmed, 2001.

A ARTE, O PROFESSOR DE ARTE E O FAZER ARTÍSTICO.

http://www.overmundo.com.br/overblog/a-arte-o-professor-de-arte-e-o-fazer-artistico

Quando pensamos em Arte pensamos em algo que, na verdade, não conseguimos definir bem. Temos indicações imprecisas, exemplos duvidosos e um gostar pessoal, uma espécie de identificação, que influencia nossos conceitos e os juízos de valor que expressamos acerca das “coisas artísticas” e do repertório cultural construído pelo homem desde os primórdios de sua existência.

Imaginemos um deficiente visual privado totalmente da capacidade de visão. Para suprir essa deficiência ele desenvolve, além da média, outras capacidades. Dentre essas habilidades encontra-se, por exemplo, o domínio da linguagem braile que permite ao deficiente ter acesso ao repertório universal dos textos produzidos pela humanidade. Essa habilidade lhe permitiu suprir parte das dificuldades provocadas pela falta de visão, entretanto, não lhe permite desfrutar todas as possibilidades que uma pessoa com a visão perfeita possui ao ler um texto. Neste caso falamos de uma barreira física, uma impossibilidade genética ou provocada por algum fator externo. Traçando um paralelo e saindo do campo físico em direção ao ato cognitivo podemos falar em deficiências que impossibilitam/limitam, assim como a falta de visão para o deficiente visual, a compreensão integral do fenômeno artístico por parte dos professores de arte e artistas em geral.

É mais ou menos assim que os professores de arte se sentem quando são questionados sobre o que é arte. Possuem algumas habilidades adquiridas e aprimoradas com a experiência diária que, por vezes, provoca a sensação de que conhecem o significado e o sentido do que ensinam. Por outro lado, tudo o que está relacionado a arte parece por vezes ser volátil, dissipar-se muito rápido, provocando muita incompreensão por parte de que procura por respostas.

O mito da caverna, criado por Platão- exemplifica bem o que dissemos. Assim como no mito platônico muitas vezes os professores de arte só conseguem ter uma visão deformada da realidade artística. Só enxergam sombras. Assim, seus questionamentos, acerca dos objetos artísticos e do próprio ato artístico em si apresentam deficiências que validam a dúvida.

Constantemente são invadidos pela sensação de total incapacidade para avaliar se tal objeto ou ato possui valor artístico ou não. Cabe perguntar: enquanto professores de Arte como vêem a produção artística de seus alunos? Atribuem valor artístico aos objetos produzidos por eles durante as aulas? Acreditam que seus alunos atribuem significados e valorizam as obras que produzem? Como analisam as obras de seus alunos no contexto da arte contemporânea?

Essas questões são fundamentais se objetivamos desenvolver uma educação em arte que busque inserir o educando como ser ativo no processo cultural de sua época. Uma educação em arte e uma educação com arte. Um ato educativo que permita a participação do aluno de forma integral. Onde possa pesquisar, analisar, experimentar, planejar, executar, refletir e apresentar seus resultados.

Mas, como conseguir essa educação em arte que envolva o aluno a partir dos conceitos mais simples até a compreensão do fenômeno artístico como um ato inerente a todos os seres humanos? Como fazê-lo compreender que o objeto artístico não surge de iluminação divina ou é resultado de algum “dom” ou capacidade especial que o artista possui, mais sim, fruto de longas horas de trabalho, pesquisas, análises, experimentações, planejamento, execução, reflexão, etc.?

Os PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais, representam, indiscutivelmente, um avanço na educação brasileira ao sugerir um eixo comum que norteia a educação em todo o país. A partir desse eixo são traçados e elaborados planos inclusivos que contemple as características regionais e culturais de cada escola.

Os referido PCNs fazem parte da Lei 9394 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – publicada no dia 20 de dezembro de 1996. Essa lei, seguido uma tendência mundial, corrige as distorções pelas quais passava o ensino de Arte na educação brasileira. Essa correção é feita equiparando a disciplina Arte as das demais disciplinas em grau de importância para o pleno desenvolvimento das capacidades cognitivas.

Ao fazer isso a LDB não só reconhece a importância da cultura na formação do educando como, também, permite que os currículos escolares possam ser revistos e elaborados de forma inclusiva com todas as áreas sendo contempladas.

A metodologia proposta pelos PCN’s para o ensino de Arte propõe uma análise do objeto ou do ato artístico dentro de uma visão triangular que aborda não apenas o objeto ou ato em si, mas que necessariamente exige a compreensão do contexto histórico em que o referido objeto ou ato foi produzido. Isto significa analisar os objetos ou atos artísticos a partir do contexto de quem os produziu.

A terceira ponta desse triângulo é o fazer artístico. As experiências artísticas significativas que o educando vivencia na sua vida escolar. Acrescentamos o adjetivo “significativas” a essas experiências para ressaltar a importância que elas desempenham na futura relação que o homem adulto, hoje criança em idade escolar, terá com a arte na sua vida.

É comum não gostarmos daquilo que não conhecemos. As aulas de arte desenvolvidas na maioria de nossas escolas não conseguem despertar o interesse do aluno pelo conteúdo ou atividade proposta, como também, não esclarece o real sentido da arte em nossas vidas.

É comum também a visão do ensino de arte como passatempo, momento para relaxar e não fazer nada, aula para desestressar, ou por outro lado, a execução de kits de atividades (desenhos mimeografados ou fotocopiados para serem coloridos, etc.), que em nada contribuem para a formação do educando.

Essas atividades soltas, descontextualizadas de sentido histórico, sem embasamento técnico, não são capazes de despertar motivação em quem as pratica. Em geral quando são desenvolvidas em sala de aula é comum tomarem dois sentidos: se o professor for muito rígido em sua relação com os alunos, provavelmente, estes se mantenham apáticos e o resultado da atividade será frustrante; por outro lado, caso o professor mantenha uma relação que valoriza a autonomia dos alunos corre o risco, durante a atividade, de perder o controle sobre seu direcionamento. No final, plasticamente, o resultado é melhor visto porque é fruto de um ato de autonomia dos alunos, mas não deixa de ser frustrante.

Onde devemos centrar o foco no ensino da arte? Segundo a triangulação a assimilação só será completa se forem considerados os três lados do triângulo: o fazer, o refletir e o contextualizar. O fazer artístico é indispensável para uma boa formação em arte. As atividades práticas desenvolvidas pelos alunos sejam elas em artes visuais, dança, teatro, música ou seus variantes capacitam o educando para uma melhor compreensão da construção do objeto ou do ato artístico. Ao desenvolver todas as etapas da construção de um trabalho artístico o aluno passa a ter uma compreensão dessas etapas percebendo tratar-se do resultado de muito trabalho e dedicação ao que está sendo desenvolvido e não fruto de inspiração divina ou ato genial. O conhecimento da construção da obra quebra essa aura mística que envolve as produções artísticas e revelam, a quem as pratica, as etapas da construção do conhecimento arte, proporcionando uma relação de afinidade entre a arte e o indivíduo em construção.

O fazer artístico significativo representa um encontro consigo mesmo. É o momento onde o aluno expressa seus desejos, anseios e posturas diante das coisas do mundo que o rodeia. Esse fazer é técnico pois é o conhecimento técnico que permitirá uma maior qualidade dos trabalhos produzidos, mas, traz em si uma forte carga lúdica, onde a capacidade de recriar o mundo é infinita. O conhecimento técnico, o uso das diversas técnicas de forma correta permite a quem desenvolve um trabalho em Arte uma capacidade infinita de possibilidades diante das coisas e do mundo que o rodeia.

O poder de se expressar é inerente ao ser humano. Desde crianças aprendemos os símbolos, os signos, os ícones. Aprendemos a ler os sinais, a compreender os elementos que permitem nossa inserção no universo cultural da civilização. Mesmo que de forma não intencional estamos continuamente acrescentado novos elementos ao nosso repertório de “coisas”. Muitas dessas “coisas” (símbolos, frases, formas diversas, texturas, temperatura, paisagens, ídolos, etc.) foram assimiladas, coexistem no repertório cultural do individuo, alicerçam o caráter e a formação da personalidade e, mesmo assim, não conseguem ser expressas, transmitidas a outros através dos recursos artísticos existentes. Por que é comum as pessoas admirarem as manifestações artísticas de outrem e não se julgarem capazes de realizá-las? Por que essa “auto-barreira limitadora” é afirmada com tanta veemência levando o indivíduo a negar a si mesmo a possibilidade de desenvolver um ato artístico expressivo?

Essas questões devem ser abordadas contemplando a possibilidade de vários ângulos. Um é o próprio ambiente cultural em que a criança cresce e se desenvolve. Há, evidentemente, uma supervalorização do conhecimento científico em detrimento do emocional na sociedade ocidental. Isto leva a criança a abandonar o hábito de desenhar logo após ingressar nas séries iniciais do ensino regular.

A fase das garatujas representa o registro das primeiras impressões que a criança tem acerca das coisas e do mundo que a rodeia. O ato de garatujar é visto pela criança como a possibilidade de expressar seu eu, de mostrar, a quem a acompanha, como ela , vê e se relaciona com o seu redor. Isto se torna claro quando, abandonando as garatujas iniciais, passa a representar as pessoas próximas, as coisas próximas e, pouco a pouco, amplia essa visão para tudo que está no seu cotidiano. Se nesta fase a criança é estimulada com materiais diversos e orientada quanto ao uso correto desses materiais e possibilidades teremos um ser expressivo em potencial que usará essa capacidade criadora para questionar as coisas do mundo. Em outras palavras, se oferecermos, desde a educação infantil, uma orientação adequada, com materiais, meios e suportes diversificados, um diálogo constante sobre a importância das artes, dos artistas e do papel que ela exerceu e exerce na construção do conhecimento, formaremos adultos melhores relacionados com o fazer artístico e evidentemente produtores e consumidores de bens culturais.
tags: Aracaju SE cultura-e-sociedade arte professor-de-arte arte-educacao o-fazer-artistico marcelo-uchoa

Gêneros textuais: reflexões e ensino

FICHAMENTO

LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de textos. IN: DIONÍSIO, Ângela Paiva et. al. Gêneros textuais: reflexões e ensino. São Paulo: Lucerna, 2005.

1. Objetivos:

A autora Lopes-Rossi, propõe em seu artigo, “expor e comentar as principais características de projetos pedagógicos de leitura e produção escrita de gêneros discursivos desenvolvidos sob sua orientação em muitas escolas públicas e particulares , dos níveis fundamental, médio e superior, de várias cidades”. (2005, p. 73)

A partir do seu contato profissional com professores do Vale do Paraíba (São Paulo) e regiões circunvizinhas, foi “levada a crer que, fora dos meios acadêmicos, no entanto, o conhecimento sobre o trabalho pedagógico com gêneros discursivos ainda é bem restrito. Os professores manifestam-se muito interessados no assunto, porém, carentes de fundamentação teórico e de exemplos práticos. Assim, oportunidades como esta de divulgação das características principais de projetos pedagógicos bem sucedidos podem contribuir, num cenário mais amplo, para a realização de novos projetos, adequados às diversas realidades do país”. (2005, p. 73)

2. Estrutura de projetos pedagógicos para leitura e produção de gêneros discursivos na escola.

2.1. Importância do trabalho com gêneros

A importância do trabalho com gêneros discursivos é o fato de proporcionar o desenvolvimento da autonomia do aluno no processo de leitura e produção textual como uma consequência do domínio do funcionamento da linguagem em situações de comunicação, uma vez que é por meio dos gêneros discursivos que as práticas de linguagem incorporam-se nas atividades dos alunos.

2.2. Como podem ser trabalhados

Para trabalhar com gêneros, o professor deve criar condições para que os alunos possam apropriar-se de características discursivas e linguísticas de gêneros diversos, em situações de comunicação real. Isso pode ser realizado por meio de projetos pedagógicos que visem ao conhecimento, à leitura, à discussão sobre o uso e as funções sociais dos gêneros escolhidos e, quando pertinente, à sua produção escrita e circulação social.

As atividades de leitura devem levar os alunos a perceber que a composição do gênero é planejada de acordo com sua função de um cidadão crítico e participativo na sociedade. Exemplos de gêneros que se prestam bem a atividades de leitura para entretenimento, aquisição de conhecimentos ou resolução de problemas são poesia, romance, verbete de dicionário, lenda, fábula, cordel, adivinha, piada, letra de música, mapa.

2.3. Exemplos de gêneros

Alguns gêneros discursivos que se prestariam bem a projetos pedagógicos de leitura, nos vários níveis de ensino, são rótulos de produtos, bulas de remédio, propagandas de produtos, propagandas políticas, etiquetas de roupas, manuais de instrução de equipamentos, contratos, nota fiscal, etc.

2.4. Objetivos/resultados de trabalhos com gêneros

A autora enumera treze objetivos que alcançaram o sucesso como resultado final de projetos pedagógicos de leitura e produção escrita, em diversas escolas públicas e particulares dos Ensinos Fundamental e Médio.

Dentre os objetivos apresentados pela autora, por julgar que esses possam despertar maior interesse para os alunos, destaco:

- Produzir livros de contos (de mistério, fantásticos, de humor) com ilustrações, para lançamento em evento da escola.
- Elaborar jornal e revista – impressos e veiculados pela internet – com reportagens sobre a cidade e sobre temas atuais e apresentá-los em local de circulação de seu público alvo.

3. Características dos módulos e das consequências didáticas de acordo com Lopes-Rossi (2003 a).

3.1. Material didático 1

Leitura do gênero a ser produzido para conhecimento de suas propriedades discursivas, temáticas e composicionais.

3.1.1. Características discursivas

Condições de produção e de circulação de um gênero , de maneira geral relvadas com respostas a diversas indagações do tipo: Quem escreve (em geral) esse gênero discursivo? Com que propósito? Onde? Quando? Como? Com base em que informações? Como o redator obtém as informações? Entre outras.

3.1.2. Tema
“Percepção da relação dinâmica entre os sujeitos e a linguagem e a percepção do caráter histórico e social do gênero discursivo em estudo”. (2005, p. 77)

3.1.3. Organização composicional

São as características que nos remetem ao texto. Tais como: Temática, Distribuição das Informações e Composição Geral.

3.2. Módulo didático 2

Produção escrita

3.2.1. Obtenção de informações

É importante que seja realizada a “obtenção de informações necessárias ao texto e a redação propriamente dita seja feita de acordo com a produção desse gênero em nossa sociedade”. (p. 79)

3.2.2. Revisão e correção participativa

“É desejável não apenas como contribuição à produção, mas também como um exercício de leitura crítica do gênero”. (p. 79)

3.2.3. Resultados

Os alunos ficam “mais atentos às formalidades da escrita em função do objeto pretendido. Estão preocupados em apresentar ao público um produto final bonito, bem acabado. Isso inclui colocar o texto no portador adequado, o que exige providências específicas”. (p. 80)

3.3. Módulo didático 3

Divulgação ao público

3.3.1. Divulgação ao público

“Requer algumas providências, como montar uma exposição ou distribuir os textos ao público-alvo. É uma etapa de grande satisfação para todos os envolvidos no projeto. Sentimentos como emoção e o orgulho encerram um processo que, certamente, contribui muito para o desenvolvimento das habilidade comunicativas dos alunos e para a ampliação de seu conhecimento de mundo”.(p. 80)

4. Observações gerais

Observações gerais sobre projetos pedagógicos para leitura e produção de gênero discursivo

4.1. Benefícios para o aluno
Decorre da quantidade de atividades que cada projeto envolve, do desenvolvimento das várias habilidades que exige dos alunos e dos inúmeros conhecimentos que mobiliza.

5. Duas dificuldades enfrentadas pelos professores

5.1. Escassez de caracterizações de gêneros discursivos interessantes ao ensino.

5.2. Modelo de produção de texto mantido pelos livros didáticos.

6. Considerações finais

6.1. De acordo com os acompanhamentos realizados por LOPES-ROSSI (2005), a prática pedagógica com projetos de leitura e de produção de gêneros discursivos, mostra-se possível mesmo em escolas com poucos recursos financeiros.

7. Comentário

“O projeto pedagógico é importante para nortear o trabalho do professor e incentivar a participação dos alunos.

A partir da leitura de LOPES-ROSSI (2005), percebe-se que é possível, mesmo em escolas com poucos recursos financeiros, realizar um bom trabalho de leitura e produção de escrita.

É importante que o professor tenha claros, para si e para os alunos, quais são os objetivos a serem alcançados com o projeto pedagógico de leitura e produção escrita de gêneros discursivos, bem como quais serão os procedimentos realizados durante o trabalho.

Considero que a leitura do texto de LOPES-ROSSI (2005) contribui para esclarecer quais as características do projeto pedagógico de leitura e produção escrita de gêneros textuais e quais as atividades possíveis de serem realizadas mesmo com pouco recurso financeiro, de acordo com as observações da autora”.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

TANGRAM



O Tangram é um quebra-cabeça chinês antigo. O nome significa "7 tábuas da sabedoria".

Ele é composto de sete peças (chamadas de tans) que podem ser posicionadas de maneira a formar um quadrado:

Além do quadrado, diversas outras formas podem ser obtidas, sempre observando duas regras:

  • Todas as peças devem ser usadas
  • Não é permitido sobrepor as peças.

ESCALA CUISENAIRE




Uso: A manipulação e uso do material leva a criança a construir idéias de número, através de um processo de descoberta pela comparação.

As barras permitem a visualização das grandezas numéricas, sua composição e decomposição, além de permitir a aquisição de noções básicas para operações matemáticas.

Desenvolve: Noção de número, tamanho, cor, composição e descomposição de números até 10, noção de adição e subtração, metade, dobro, triplo e comparação de tamanhos.

Idade: A partir de pré escola / 3 anos.

CHAPEUZINHO AMARELO




O poema a seguir conta a história de uma menina que possui muito medo.
Do que será que ela tem tanto medo? Vamos descobrir?

CHAPEUZINHO AMARELO


Era a Chapeuzinho Amarelo.
Amarelada de medo.
Tinha medo de tudo, aquela Chapeuzinho.

Já não ria.
Em festa, não aparecia.
Não subia escada nem descia.
Não estava resfriada mas tossia.
Ouvia conto de fada e estremecia.
Não brincava mais de nada, nem de amarelinha.

Tinha medo de trovão. Minhoca, pra ela, era cobra.
E nunca apanhava sol porque tinha medo da sombra.
Não ia pra fora pra não se sujar.
Não tomava sopa pra não ensopar.
Não tomava banho pra não descolar.
Não falava nada pra não engasgar.
Não ficava em pé com medo de cair.
Então vivia parada, deitada, mas sem dormir,com medo de pesadelo.

Era a Chapeuzinho Amarelo.

E de todos os medos que tinha o medo mais que medonho era o medo do tal do LOBO.
Um LOBO que nunca se via, que morava lá pra longe, do outro lado da montanha, num buraco da Alemanha, cheio de teia de aranha, numa terra tão estranha, que vai ver que o tal do LOBO nem existia.
Mesmo assim a Chapeuzinho tinha cada vez mais medo do medo do medo do medo de um dia encontrar um LOBO.
Um LOBO que não existia.

E Chapeuzinho Amarelo, de tanto pensar no LOBO, de tanto sonhar com o LOBO, de tanto esperar o LOBO, um dia topou com ele que era assim:

carão de LOBO,

olhão de LOBO,

jeitão de LOBO

e principalmente um bocão tão grande que era capaz de comer duas avós, um caçador, rei, princesa, sete panelas de arroz e um chapéu de sobremesa.

Mas o engraçado é que, assim que encontrou o LOBO, a Chapeuzinho Amarelo foi perdendo aquele medo, o medo do medo do medo de um dia encontrar um LOBO. Foi passando aquele medo do medo que tinha do LOBO. Foi ficando só com um pouco de medo daquele lobo.

Depois acabou o medo e ela ficou só com o lobo. ( ... )

O lobo ficou chateado. ( ... )

LO B0 LO B0 LO B0 LO B0 LO B0 LO B0 LO B0 LO B0 LO BO BO ( ... )

(Chico Buarque. Chapeuzinho Amarelo. Rio de Janeiro, José Olympio, 1997.)