É tempo de fogueira, balões, sanfona animada, forrós,
quadrilhas, bandeirolas coloridas e comidas gostosas. Tempo de usar
vestido florido, camisa xadrez, botas. Ah! Não pode esquecer o chapéu de
palha.
Tempo de fazer e de pagar promessas para Santo
Antônio, São João e São Pedro. Pedir a eles proteção para uma boa
colheita, para a terra continuar fértil e vigorosa.
São
eles, os santos de junho, segundo a crença popular, que arrumam
casamento bom, fazem adivinhações do futuro e possuem a chave da
felicidade.
O Cheiro bom de milho verde cozido,
mandioca e batata assada, amendoim torrado, cuscuz, canjica, pamonha,
pé-de-moleque, melado de cana, bolo, quentão, misturado com muita
animação, faz o povo dançar as quadrilhas ao redor da fogueira e ao som
das sanfonas.
Algumas brincadeiras são especiais: cadeia,
tiro ao alvo, pescaria, barraca com argolinhas, pau-de-sebo,
correio-elegante.
Animação mesmo é quando começa a
quadrilha. Essa é uma festa típica da região sudeste. Acontece
principalmente em Minas Gerais e São Paulo. Mas é lá no Nordeste que se
realizam as grandiosas festas juninas do Brasil. E do mundo! Campina
Grande, na Paraíba e Caruaru, em Pernambuco vivem disputando para ver
qual tem o maior São João da Terra. Violeiros, repentistas, emboladores e
poetas se apresentam para alegrar ainda mais a festa. Em muitos lugares
do Nordeste também é tempo de sair para as ruas e dançar o
Bumba-Meu-Boi. Acredita-se que as festas de junho são na verdade, dos
namorados, dos agricultores, doas amigos e das pessoas apaixonadas que
viveram um dia no campo e gostam de guardar na lembrança a ingênua
alegria de brincar de estar na roça.
Sávia Dumont. O Brasil em festa.São Paulo,Companhia das Letrinhas, 2000p.15/ 16
Diversão sim, balão não!
Durante muito tempo, soltar balão era uma forma de comemorar as
festas juninas. Dizia-se que eles levavam pedidos para São João
atender. O problema é que estes balões sobem devido ao ar que é mantido
quente através do fogo. Resultado: inúmeros incêndios são causados por
balões que caem. O perigo é tanto que eles se tornaram fora-da-lei.
Soltar balões é proibido pelo Código Florestal Brasileiro e pela Lei das
Contravenções Penais.
Fogos, rojões e companhia costumam
fazer parte das festas. Só que também são perigosos. Eles contêm
pólvora, que pode provocar acidentes graves. Aliás, não é pequeno o
número de pessoas que, todos os anos, se ferem devido a acidentes com
fogos de artifício.
E é bom lembrar: acender fogueiras sempre envolve riscos e só deve ser feito por adultos.
Mas não se preocupe. Existem muitas maneiras de se divertir sem
correr riscos. Brincadeira é o que não falta nas festas juninas.
(Revista Dr. Rec e Companhia. São Paulo, Paulus, jun.1996. ano1 n.4)
Origem está nos rituais
São João Batista: o mais popular dos três santos cultuados em junho e inspirou os festejos do mês.
Quem pensa que festa junina recebe esse nome apenas porque
acontece no mês de junho sabe apenas metade da história. A comemoração,
como hoje conhecemos, se originou nos países católicos da Europa no
século IV e era conhecida como festa joanina, em louvor a São João
Batista. A celebração de caráter religioso, em que estão incluídos
também São Pedro e Santo Antônio, é resquício da festa da colheita pagã.
A fogueira, erguida para reverenciar a fertilidade da terra, ganhou o
poder de espantar as pragas agrícolas na simbologia católica. Os balões,
que colorem os céus em noite de arraial, também têm cunho religioso.
"Eles eram soltos para enviar pedidos aos santos", explica o historiador Flávio Trovão.
Fonte: http://proportoseguro.blogspot.com.br/search/label/Festa%20junina